quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Dois olhos: bolhas de água

Desde pequenina. Sabia-se não. Sabia desde quando não. Olhinhos medrosos, escuridão tremenda.. vergalhões vermelhos subindo indo no negrume da noite junina, da festa junina, da fogueira junina do sangue junino de céu de estrelas... frio... frio... e o vergalho quente.

Suas pernas tremelicando riam-se no fundo a não mais saber onde terminava o medo e começava a fascinação.

Foi João. Foi não. Ou foi Zezinho, menino brincalhão...

Primeiro beijo. Um roubo. Arroubo, primeiro coração.

A fogueira a queimar ensandecida já no final da noite. As famílias a se recolher e ela ali, assistindo a tudo na última vez que se lembraria do fogo.
Tão fria a noite, tão quente a fogueira, tão grande o mundo, tão curta a vida.

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