quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O Jardim Invisível


O jardim invisível nasce do encantamento.

O jardim invisível nasce de um encantamento.

Um estado e uma circunstância inexplicáveis o trouxeram a mim. Anos, alguns vividos, outros não, um lugar específico demais para ser descrito e a criação em seu renovo. Elementos esses que fizeram emergir o jardim invisível de alguma profundidade desconhecida, fosse das minúsculas partículas, fosse da imensidão do infinito desse emaranhado de estrelas acesas e apagadas que pairam sobre nossas cabeças.

Entre o plantio e o brotar, o jardim invisível.

Entre uma vida até então e uma vida depois disso, o jardim invisível.

Entre o sorriso e a primeira lágrima, o jardim invisível.

Entre as palavras e o sonho, o jardim invisível.

Entre o verso manco, incipiente e volátil, e a poesia, o jardim invisível.

Na travessia de um ponto a outro, o jardim invisível.

Entre o amor e o ódio, o jardim invisível.

Entre a ânsia em ficar e a necessidade de partir, o jardim invisível.

Entre o aqui e o lá, o jardim invisível.

Entre o ser e o tentar ser, o jardim invisível.

Entre o pulmão expandido pela primeira vez e o último suspiro de um homem, o jardim invisível.

Entre o sorriso da criança que se abria e a bomba a explodir aquela a alegria, o jardim invisível.

Aqui, hoje e agora: o jardim invisível.

O mesmo, o mais do que dito, o repetido e a repetição, o lugar, o não lugar. O jardim invisível.

Que sejam tempos bons.