domingo, 21 de abril de 2013

Menina-de-nome-russo

São longas as horas e abro a janela
Deitado na cama, olhos abertos, o primeiro movimento do vento me toma a face...
É frio e úmido e cheira à Serra do Mar
E torno a repousar minhas pálpebras umas nas outras, pois sei: logo o sono vem
E quando vier, não serei este ausente, não trarei comigo esta raiva muda e inerte no peito mudo que se conforta no colchão em que repousa agora...

Há presenças e ausências aqui e eu queria captá-las todas, Menina-de-nome-russo, e cantar-te as canções mais belas e ensinar-te as artes do amor pela tua janela que dá para o mar da praia vazia às meias-noites onde apenas nós íamos e vertíamos em vidro as areias com nosso suor...

Essa saudade, esse idioma sem nome que me fala o vento nas faces, em todas as que acompanhaste por tantos e tantos anos, essa necessidade, esta noite, este vazio

Menina-de-nome-russo, dos russos, que sempre temi.

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