terça-feira, 2 de abril de 2013

Expresso

Quase um rito

Ela me conhece, sabe o que desejo
Com a compreensão de duas galáxias que boiam em paz no universo
Suas mãos, alheias mãos, acionam a engrenagem do que acelera o tempo nos meus olhos despertos

É amargo, como se a compreensão e o andar acordado exigissem de mim isso também

Seu sorriso é solícito, mas não é meu
Suas mãos são hábeis, mas não são minhas
Sua vida, uma parte suspensa no claro-escuro das estrelas

E eu não a conheço

E ela não me sabe

E ela me proporciona a primeira fração de quase todo dia

Bebo então o café que ela me tira


Um rito


Todo dia

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