Agora que sinto nossa chegada,
Eurídice,
Apertemos o passo, que à frente de ti
Meus caminhos são falsos
E não suporto quando teus pés abandonam
O estalar seco dos galhos pelo chão
E tua voz não ecoa nos fundos do Inferno de onde viemos
Não te afastes demais,
Eurídice,
Que nossa chegada é próxima
Que nossa partida é quase finda
Não te cales,
Eurídice,
Não desta vez
Que no peito deste bardo
Bate violento o peso
De que no sonho me vire
E a ti eu veja de sal, o gosto simples,
salgado da lágrima de te ver partir pra sempre
Quero-te luminosa comigo
Onde a Luz alcançará nós dois
E a lira desenhará os sons
Que minha história ainda não contou
Eurídice, para que cheguemos:
caminha junto a mim e, com tua presença, fala!
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